sábado, 9 de junho de 2012

O antissemitismo na União Soviética.

A repressão dos últimos anos de Stalin afetou dezenas de milhares de pessoas que estavam bastante afastadas da liderança do partido. Bastava ser filho de um "inimigo do povo" pra ser preso e enviado para um campo de trabalhos forçados. O crescente antissemitismo no período final do stalinismo tb teve consequências terríveis pra muitos cidadãos soviéticos de origem judaica. Teve uma campanha contra o que foi chamado de "cosmopolitismo", dirigida contra todas as influências e ligações estrangeiras, mas particularmente contra os cidadãos considerados por Stalin "cosmopolitas", típicos os judeus. A ideologia marxista-leninista não podia ser tão distorcida a ponto de adotar abertamente o antissemitismo. Por isso, quando isso era usado como arma na União Soviética, era disfarçado de ataque ao cosmopolitismo ou ao sionismo.
Logo depois de o ataque alemão levar a URSS a 2ª Guerra Mundial, uma das organizações oficialmente aprovadas em Moscou foi o Comitê Antifacista  Judeu, ao qual judeus soviéticos ficaram felizes por servir. Em novembro de 1948, esse órgão foi abolido, acusado de ser um centro de propaganda antissoviética e de fornecer "informações antissoviéticas a serviços de inteligência estrangeiros". O presidente do comitê foi morto em 1948 , por ordem de Stalin, assim como diversos outros judeus soviéticos proeminentes.
A manifestação final de antissemitismo na União Soviético de Stalin e tb da crescente paranoia de Stalin, assumiu a forma de "golpe dos médicos". Alguns dos médicos mais proeminentes da União Soviética, que tinham tratado de líderes do país, inclusive Stalin, tinham sido presos. Stalin os chamou de nacionalistas judeus, espiões e assassinos desprezíveis disfarçados de médicos-professores.
É possível que Stalin tivesse em mente mais um Grande Expurgo, que envolveria muito mais judeus, mas que teria tb um alcance maior. Depois da morte de Stalin, os médicos foram absolvidos das acusações absurdas contra eles.

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