sexta-feira, 27 de abril de 2012

Um pouco sobre Stalinismo.

Em 1945 Stalin era mais popular do que nunca na maior parte da URSS. Seria errado pensar que a maioria dos cidadãos soviéticos nos primeiros anos do pós-guerra rejeitava o sistema no qual crescera, por mais horríveis que tivessem sido algumas das manifestações desse regime. Numa entrevista feita em 1950, descobriu que a geração mais nova aceitava muitos aspectos do sistema. Esses entrevistados eram pessoas que viviam fora da URSS, pessoas que ou tinham usado a oportunidade da guerra para deixar a URSS ou tinham se deslocado e optado por não voltar. Aqueles que suas famílias tinham sido presas pela polícia secreta eram mais hostis ao sistema soviético. E os soldados que tinham lutado na guerra  tomaram consciência do padrão de vida mais alto das pessoas de outros países, e viram com seus próprios olhos que o inimigo derrotado vivia melhor do que eles e que a vida sob o capitalismo era mais saúdavel e rica. Astafiev sugeriu que a campanha de Stalin contra o cosmopolitismo era parte pra destruir qualquer admiração pelo Ocidente. Durante a guerra pra aqueles que lutavam no exército soviético, Stalin parecia encarnar progresso, unidade, heroísmo, libertação.
As pessoas acreditavam que foi Stalin que os levou a uma grande vitória. O fato de nenhum ponto de vista alternativo podia ser ventilada pela mídia ou publicada até mesmo no livro de menor circulação, reforçava naturalmente a visão cor de rosa que elas tinham de Stalin e da invencibilidade do sistema soviético. O próprio Stalin acreditava que a construção extravagante de sua imagem de líder carismático, quase sobre-humano, ajudava a consolidar o apoio ao Comunismo e a conferir legitimidade ao regime. Em meados de 1930, Stalin disse que as pessoas precisam de um czar, de alguém para reverenciar e para viver e trabalhar em seu nome. Nos últimos 15 anos de vida de Stalin a URSS deixou de ser um regime bolchevique pra se tornar um regime tipo führerista. Comparada aos anos 20, a URSS se tornou mais autocrática do que oligárquica, mas o monopólio do poder pelo Partido Comunista e a disciplina férrea continuaram a ser os pilares do sistema. Durante todo o período soviético, a polícia política esteve disponível, mas não no topo do poder. No fim das contas respondia a apenas uma pessoa: tio Stalin.
Stalin tinha o cuidado de assegurar que os ministros diretamente responsáveis pelos órgãos repressores não tivessem relações pessoais próximas com nenhum de seus próprios supervisores dentro do Conselho de Ministros ou do Comitê Central. Stalin não podia dedicar a mesma atenção a todas as esferas políticas, duas áreas que ele protegia de maneira excepcional eram os órgãos de segurança e a política externa.
De 1941 até sua morte, Stalin foi o chefe da máquina governamental oficial, bem como do Partido Comunista. Os ministérios foram instituições políticas importantes nos últimos anos de Stalin e ministros veteranos eram bem representados no Politburo, mas o Partido Comunista não permitia a menor mudança em sua hegemonia.
No topo da hierarquia estava Stalin no comando total. Isso não significa que ele tomava todas as decisões sozinho mas podia intervir em qualquer área e impor suas opiniões. Além disso outros membros da equipe de liderança viviam com medo dele.
Stalin podia ser irracional, vendo conspirações e perigos onde estes não existiam. Seus expurgos antes da guerra tb foram bem mais longe do que o necessário simplesmente pra ele assegurar seu poder inigualável. Stalin queria ser obedecido, queria estar seguro contra conspirações e achava que incutir o medo era essencial pra vencer e manter essa obediência e essa segurança. Depois de conseguir isso por meio da brutal demonstração de seu poder de matar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário