segunda-feira, 11 de junho de 2012
Éxercito vermelho da URSS
Vencida a guerra civil, o Exército Vermelho torna-se o contingente armado oficial do novo país que acabava de emergir do Império e da breve República Russa: A União Soviética (URSS).
Não é exagero dizer que muito do triunfo do Exército Vermelho durante a 2º GUERRA MUNDIAL deveu-se ao esforço sobre-humano de seu contingente, obrigado a contornar situações as mais penosas, e condições extremamente adversas. Mesmo assim, é o primeiro exército aliado a chegar a Berlim, e terminar com a guerra na Europa. No período posterior à Segunda Guerra, o Exército Vermelho funciona como elemento "unificador" do recém-formado bloco soviético, sendo enviado pra reprimir qualquer tentativa de rebelião no bloco socialista do leste europeu. As mais importantes intervenções são na Hungria (1956) e CHECOSLOVAQUIA (1968), onde rebeliões populares contra os respectivos regimes socialistas foram esmagados brutalmente, com a morte de muitos civis.
A última grande intervenção do Exército Vermelho seria no Afeganistão, entre 1980 e 1988, para defender o regime socialista implantado naquele país em 1978. A ocupação acabaria por não ser benvinda pela população em geral, e a intervenção soviética tornou-se um atoleiro onde o governo soviético despejou recursos e dinheiro do estado em vão, para manter uma situação que sozinha não se sustentaria naquele país do centro da Ásia. Com este fracasso ainda latente nas fileiras do Exército Vermelho, ocorre em 1990/1 o desmantelamento do regime russo, com o movimento organizado da própria população. Tentativas pífias de defesa do moribundo regime socialista por membros linha-dura do Exército Vermelho ainda ocorreram, com o objetivo de reprimir as manifestações de rua, mas naquele ponto já era inevitável o fim da União Soviética e seu temível exército.
domingo, 10 de junho de 2012
Filme: Adeus Lenin
Sinopse: Em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a Sra Kerner(Katrin Sab) passa mal, entra em coma e fica desacordada durante os dias que marcariam o triunfo do regime capitalista. Quando ela desperta, em meados de 1990, sua cidade, Berlim Ocidental, está sensivelmente modificada. Seu filho Alexander (Daniel Brühl), temendo que a excitação causada pelas drásticas mudanças possa lhe prejudicar a saúde, decide esconder-lhe os acontecimentos. Enquanto a Sra. Kerner permanece acamada, Alex não te muitos problemas, mas quando ela deseja assistir à televisão ele precisa contar com a ajuda de um amigo diretor de vídeos.
O filme Adeus Lenin, mostra um contexto histórico ressaltando a ideia entre Socialismo e Comunismo que eram simbolizadas fisicamente por um muro, que dividia em duas a cidade de Berlim. A queda do muro de Berlim dividiu muito mais que fisicamente a cidade. Ele dividiu famílias, destruiu vidas, desorganizou o ritmo normal de toda uma população. Sua queda, no início da década de 90, marcou formalmente o fim da Guerra Fria e uma mudança profunda na ordem social, política e cultural do mundo.
No filme mostra uma sociedade em conflitos dividida em uma crise socialista desacreditada em uma sociedade justa com o socialismo, porém, alguns ainda acreditavam, e esperançosos, esperavam o triunfo da Alemanha Oriental, e o filme Adeus Lênin nos apresenta uma dessas pessoas. Christiane comunista fervorosa, que colocava nos seus esforços para o governo, as suas esperanças e toda sua vitalidade. Porém, sua força é interrompida quando vê seu filho, Alex num protesto de ativistas contra o governo socialista, Christiane sofre um ataque cardíaco e conseqüentemente entra em coma. Alex sente-se culpado pelo estado de saúde da mãe. A mãe de Alex recupera-se, mas o muro de Berlim já havia caído e a Alemanha se unificara com a derrocada do socialismo na Alemanha, ele tentar convencer a mãe, que está de cama, de que o muro nunca caiu e que o socialismo ainda triunfa naquele país. Para que a mãe não sofresse um choque emocional e prejudicasse a sua saúde, Alex recria em um quarto de seu apartamento a extinta Alemanha Oriental, com produtos, notícias e até mesmo pessoas, mostrando uma fictícia derrocada do capitalismo na Alemanha.Ele ainda cria junto com seu amigo diretor de vídeos um canal de televisão, para sua mãe acreditar plenamente na ideia de que ainda estavam sobre o regime socialista.
sábado, 9 de junho de 2012
O antissemitismo na União Soviética.
Logo depois de o ataque alemão levar a URSS a 2ª Guerra Mundial, uma das organizações oficialmente aprovadas em Moscou foi o Comitê Antifacista Judeu, ao qual judeus soviéticos ficaram felizes por servir. Em novembro de 1948, esse órgão foi abolido, acusado de ser um centro de propaganda antissoviética e de fornecer "informações antissoviéticas a serviços de inteligência estrangeiros". O presidente do comitê foi morto em 1948 , por ordem de Stalin, assim como diversos outros judeus soviéticos proeminentes.
A manifestação final de antissemitismo na União Soviético de Stalin e tb da crescente paranoia de Stalin, assumiu a forma de "golpe dos médicos". Alguns dos médicos mais proeminentes da União Soviética, que tinham tratado de líderes do país, inclusive Stalin, tinham sido presos. Stalin os chamou de nacionalistas judeus, espiões e assassinos desprezíveis disfarçados de médicos-professores.
É possível que Stalin tivesse em mente mais um Grande Expurgo, que envolveria muito mais judeus, mas que teria tb um alcance maior. Depois da morte de Stalin, os médicos foram absolvidos das acusações absurdas contra eles.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Mikhail Gorbachev
Stalin: Uma Lenda Fabricada sobe medida
Falece aos 77 anos o cantor de Trololo
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Os Conflitos nos países da ex-união soviética,atual CEI
Durante o periodo de existencia a URSS foi,em termos de area,o maior país do mundo,tinha cerca de 22.402.200km(quadrado). Era tb um dos mais diversos,com mais de um cem nacionalidades distintas vivendo em suas fonteiras. Em 1990 penultimo ano da existencia,a URSS contava com 20 republicas autônomas,8 distritos autônomos,6 regoões e 114 provincias.
No final dos anos de 80,o então presidente da URSS Mikhail Gorbatchev deu inicio a um processo de abertura economica e politica. No lado economico,o sistema planejado com politicos sociais deveria ser substituido gradualmente por elementos da economia do mercado (cap) uma mudança dificil que já foi acompanhada da queda de produtividade em mts setores. A partir de 89,conflitos q já existiam entre o parlamento da URSS e os das republicas se intensificaram. A discussão era focada na divisão de poderes entre o governo central e os governos das republicas. O surgimento do nacionalismo étnico em varias republicas e as exigências crescentes de autonomia pioraram os conflitos.
Em dezembro de 1991, 3 republicas : estonia,letonia e lituania atingiram independencia completa e foram reconhecidos como estados soberanos. Gorbachev discursou em agosto de 91 no parlamento e disse que a URSS se transformaria numa confederação e com um novo nome de união livre das republicas soberanas. Esta união teria certo grau de integrações em politica externa,defesa e economia,mas as republicas não conseguiram chegar a um acordo.
Os conflitos afloraram as diferenças socias: etnicas,religiosas e economicas que estimularam os movimentos separatistas de cunho nacionalistas.
No fim do socialismo na união soviética e a adoção da economia de mercado (cap) giraram toda a situação atual de conflitos. Naquele momento,como todos lutavam pela construção da qualidade de vida coletiva não existia a ambição pelo poder. O fim da URSS e a formação da CEI iniciaram um processo,que talvez não tivesse retorno.
domingo, 3 de junho de 2012
Expurgos do Stalinismo.
Embora tenha sido o último Estado europeu a se tornar Comunista, a Tchecoslováquia foi aquele em que a repressão foi mais severa. Isso talvez tenha sido um tributo stalinista a própria força da democracia tcheca. Nenhum país do centro da Europa foi mais democrático no período entra as guerras do que a Tchecoslováquia, e nos três primeiros anos do pós-guerra o pluralismo político foi preservado, embora os comunistas tivessem o partido político maior e mais forte. Um partido com uma parcela da população maior do que a normal em seus quadros, e com apoio maciço, era tb menos fácil de ser controlado por Moscou. O trabalho de pesquisadores russos confirma o quanto era central pro raciocínio de Stalin, naqueles anos pós-guerra, a insistência não apenas pra que todos os países do Leste Europeu subordinassem sua política externa aquela que emanava da União Soviética, mas pra que eles moldassem seus partidos comunistas de acordo com o partido soviético, expulsando todos os membros que mostrassem qualquer sinal de que pensavam de forma diferente, principalmente aqueles que poderiam se identificar com Rajk ou Tito.
terça-feira, 29 de maio de 2012
Princípios socialistas e suas contradições
"Os comunistas não se rebaixam em dissimular suas ideias e objetivos. Declaram abertamente que seus fins só poderão ser alcançados pela derrubada violenta das condições sociais existentes. Que as classes dominantes tremam diante da revolução comunista! Os proletários nada têm a perder senão seus grilhões. Têm um mundo a ganhar.
Proletários de todos os países, uni-vos! "
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista.
Georg Plekhanov foi um jovem intelectual que teve a brilhante ideia (ou não) de difundir o pensamento marxista na Rússia. Em 1883 ele fundou na Suíça a primeira organização marxista russa: Emancipação do Trabalho. Essa organização partia da ideia de que o projeto de uma revolução socialista não devia apoiar-se na comuna russa, como pretendiam os "populistas" e sim no proletariado urbano.
Em 1898, em Minsk, na Bielorrússia parte integrante do Império Czarista, nove delegados presentes num pequeno congresso, representando agrupamentos marxistas, fundaram o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), o primeiro partido marxista da Rússia. Vale lembrar que essa tentativa foi muito reprimida pela polícia política do czar.
Pouco tempo depois em 1900, nosso querido e comentado Lenin, até então discípulo de Plekhanov, lançou o jornal clandestino Iskra (Faísca). A influência do jornal no meio operário foi crescente. Logo após realizou-se o II Congresso do POSDR devido a perseguição da polícia política belga. Houve discordância na definição dos critérios que escolheriam as condições para alguém ser considerado membro do partido.
De um lado havia Julius Martov, companheiro de Lenin na redação do jornal, defendia que deveriam ser filiados todos que aceitassem o programa do partido, ajudassem-no financeiramente e trabalhassem segundo sua direção, dispensando-se porém da obrigação de participação numa das organizações partidárias.
Lenin atriuía a condição de filiado apenas àqueles que, aceitando o programa e a direção partidária, além da ajuda financeira, participassem efetivamente de uma de suas organizações. No fim, Lenin ganhou a votação. O grupo dele passou a ser denominado bolchevique e os seguidores de Martov de mencheviques.
A diferença mais marcante é que os mencheviques defendiam uma aliança estratégica com a burguesia e garantiam a ser necessária uma "etapa burguesa" antes da revolução socialista. Lenin descartava a "etapa burguesa"
O texto em destaque no início revela as definições para uma revolução segundo Marx e Engels a união dos proletários que só os direcionariam para um caminho: o de conquista. Inspirados por esse ideal iniciou-se o agito de contradição na Rússia, já que não visou a união das classes, somente disputa por poder político que de fato nunca alcançou a autonomia dos trabalhadores.
segunda-feira, 28 de maio de 2012
O fim da URSS
Quem teme os lobos não vai à floresta!
Saída da Iugoslávia da União Soviética.
A Iugoslávia foi especialmente rápida na adoção de muitas características essenciais do sistema soviético. Os iugoslavos adotaram o sistema soviético de planos por 5 anos e já em 1946 tomaram a decisão de avançar com uma rápida industrialização. Ao final da guerra, mais de 80% da indústria iugoslava e inúmeros bancos haviam sido nacionalizados mas a liderança agiu com mais cautela na agricultura.
O rompimento com a URSS não aconteceu naquele ano porque os iugoslavos seguiam uma linha suave. Eles não só tinham agido mais rápido do que a maioria das outras lideranças do leste europeu pra estabelecer um sistema comunista, como estavam ansiosos pra ajudar os comunistas gregos a chegar ao poder.
Tinha uma série de áreas de atrito nas relações soviético-iugoslavas mesmo antes do rompimento entre os dois países em 1948. Quando soube depois da guerra que durante o conflito Stalin discutiu com Churchill (Primeiro Ministro do Reino Unido) o nível de influência que a URSS e a Grã-Bretanha teriam sobre a Iugoslávia pós guerra, Tito (Primeiro Ministro da Iugoslávia) não ficou muito contente.
Em 1947 os iugoslavos tinham apoiado a formação do Cominform. Mais legal ainda era o fato de que, por sugestão de Stalin, a sede do órgão seria em Belgrado. O Cominform incluía não apenas os partidos comunistas do leste europeu mas tb os dois maiores partidos da Europa Ocidental: o da França e o da Itália. A suposição de Stalin era de que por meio do Cominform, outros partidos poderiam ser mantidos na linha e se necessário suas lideranças substituídas. Stalin ficou aborrecido com o que considerou uma falta de consulta sobre as ações de política externa da Iugoslávia e da Bulgária, embora tanto os búlgaros quanto os iugoslavos rejeitassem a idéia de que não tinham mantido as autoridades soviéticas informadas. Uma das reclamações concretas de Stalin era de que a Iugoslávia tinha enviado duas divisões do exército a Albânia. Os iugoslavos argumentaram que elas eram necessárias pra proteger a Albânia de um possível ataque dos monarco-fascistas gregos. Quando Stalin disse aos iugoslavos que a URSS não tinha sido consultada sobre o envio do exército a Albânia, Kardelj respondeu que a ação foi tomada com o consentimento do governo albanês.
Stalin era um ator internacional cauteloso. Tinha sobretudo dois motivos pra censurar os búlgaros e os iugoslavos. Um deles era o temor de que eles inflamassem a situação internacional e antagonizassem as potências ocidentais desnecessariamente em uma época em que a URSS ainda estava nos estágios iniciais de sua recuperação da devastação da 2ª Guerra Mundial. O outro era sua perene preocupação em controlar todo o Movimento Comunista Internacional e fazer com que cada política importante de outros partidos fosse autorizada antes pela URSS. Em março de 1948, o lado soviético suspendeu as negociações sobre a renovação do acordo comercial soviético-iugoslavo e retirou da Iugoslávia assessores militares e especialistas civis soviéticos.
Quando surgiu o convite para enviar uma delegação a Bucareste, os dois lados recusaram o convite. Tito estava atento aos perigos, sorte a dele, porque há algumas evidências de que Stalin agiu pra assassinar Tito. É plausível supor que Stalin quisesse sujeitar Tito ao mesmo destino de Trotski, principalmente no período em que Tito foi isolado tanto pelo bloco comunista quanto pelo resto do mundo.
No encontro de 28 de junho de 1948 em Bucareste, a Iugoslávia foi expulsa do Cominform. A liderança do partido iugoslavo foi acusada de medidas esquerdistas, aventureiras e demagógicas e impraticáveis. Stalin tinha poucas dúvidas de que venceria um teste de força com Tito, de um jeito ou de outro. Mas Tito não caiu.
Na época os comunistas iugoslavos não tinham uma posição ideológica que fosse de qualquer modo diferente da posição do resto do movimento comunista internacional. A primeira reação deles as críticas soviéticas foi voluntariamente, tentar apressar a assimilação do modelo de sistema comunista estabelecido.
Depois de a Iugoslávia ser expulsa do Cominform, o governo Truman tomou a decisão de oferecer uma assistência econômica que ajudaria a manter em pé uma Iugoslávia independente. Era de óbvio interesse dos EUA que o titoísmo continuasse a existir como força erosiva e desintegradora na esfera soviética.
A Iugoslávia se tornou o primeiro Estado comunista a tentar reconstruir e revisar o modelo soviético, e não é surpresa que mesmoo em suas primeiras manifestações esses desvios tenham sido condenados pelo Cominform. Enquanto existisse e divergisse cada vez mais do modelo soviético, so sistema iugoslavo seria visto por Stalin como um desvio perigoso a ser eliminado. A maior preocupação era de que a ideia de modelos diferentes de socialismo pudesse se propagar. A expulsão da Iugoslávia do Cominform tinha sido, em parte, uma manifestação do endurecimento da linha soviética. Combater o titoismo e os desvios nacionais se tornou agora um tema importante da política externa soviética. Foi a justificativa encontrada pra uma onda de prisões e julgamentos no leste europeu.
sábado, 5 de maio de 2012
Stalinismo na Cultura.
Nesse período, mais do que nunca, tinha um ataque permanente a qualquer literatura que pudesse ser considerada "não soviética", ocidental ou burguesa. Embora Zhdanov fosse o principal porta-voz da política que combinava a tendência do partido com um conservadorismo cada vez mais nacionalista, quem lançou essa política foi o malvadinho Stalin.
Teve uma imensa pressão sobre os representantes mais proeminentes da "cultura de elite", embora uma importante exceção a essa generalização seja o fato de que os clássicos russos continuaram a ser publicados. Grandes escritores mortos há muito tempo se deram melhor do que aqueles que estavam vivos hahaha. Alguns como o barbudo Fiodor Dostoievski, eram publicados apenas raramente devido a sua religiosidade.. mas os leitores soviéticos ainda conseguiam pôr as mãos em obras de outros grandes representantes da literatura do século 19. Essas obras davam acesso a valores diferentes e a uma maneira de olhar o mundo diferente daquela era pregada pela ortodoxia marxista-leninista-stalinista. Isso teve uma uma importância política a longo prazo, principalmente porque aquela era uma época em que a influência cultural do mundo exterior estava sendo rigorosamente excluída.
Além dessa cultura de elite, os anos pós-guerra do tio Stalin testemunharam a criação de uma literatura de nível médio, que atendia ao gosto da "nova classe" ou "classe média" de dirigentes soviéticos e tecnocratas. Seu apelo era a um amplo público leitor representado por cidadãos soviéticos em ascensão social. Ui.
Agora, eis as fotos do pessoal legal citado acima:
Dmitri S. |
Serguei P. |
Anna A. |
Mikhail Z. |
Fiodor D. |
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Formação da URSS e a disputa pelo poder!
(obs:enjoadinho ele...) a tese da construção do socialismo em um só país. Na luta pelo poder, Stalin saiu vitorioso, pois controlava os órgãos de decisão( burocracia) e fez aprovar sua tese no XIV Congresso do Partido Comunista.
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Um pouco sobre Stalinismo.
As pessoas acreditavam que foi Stalin que os levou a uma grande vitória. O fato de nenhum ponto de vista alternativo podia ser ventilada pela mídia ou publicada até mesmo no livro de menor circulação, reforçava naturalmente a visão cor de rosa que elas tinham de Stalin e da invencibilidade do sistema soviético. O próprio Stalin acreditava que a construção extravagante de sua imagem de líder carismático, quase sobre-humano, ajudava a consolidar o apoio ao Comunismo e a conferir legitimidade ao regime. Em meados de 1930, Stalin disse que as pessoas precisam de um czar, de alguém para reverenciar e para viver e trabalhar em seu nome. Nos últimos 15 anos de vida de Stalin a URSS deixou de ser um regime bolchevique pra se tornar um regime tipo führerista. Comparada aos anos 20, a URSS se tornou mais autocrática do que oligárquica, mas o monopólio do poder pelo Partido Comunista e a disciplina férrea continuaram a ser os pilares do sistema. Durante todo o período soviético, a polícia política esteve disponível, mas não no topo do poder. No fim das contas respondia a apenas uma pessoa: tio Stalin.
Stalin tinha o cuidado de assegurar que os ministros diretamente responsáveis pelos órgãos repressores não tivessem relações pessoais próximas com nenhum de seus próprios supervisores dentro do Conselho de Ministros ou do Comitê Central. Stalin não podia dedicar a mesma atenção a todas as esferas políticas, duas áreas que ele protegia de maneira excepcional eram os órgãos de segurança e a política externa.
De 1941 até sua morte, Stalin foi o chefe da máquina governamental oficial, bem como do Partido Comunista. Os ministérios foram instituições políticas importantes nos últimos anos de Stalin e ministros veteranos eram bem representados no Politburo, mas o Partido Comunista não permitia a menor mudança em sua hegemonia.
No topo da hierarquia estava Stalin no comando total. Isso não significa que ele tomava todas as decisões sozinho mas podia intervir em qualquer área e impor suas opiniões. Além disso outros membros da equipe de liderança viviam com medo dele.
Stalin podia ser irracional, vendo conspirações e perigos onde estes não existiam. Seus expurgos antes da guerra tb foram bem mais longe do que o necessário simplesmente pra ele assegurar seu poder inigualável. Stalin queria ser obedecido, queria estar seguro contra conspirações e achava que incutir o medo era essencial pra vencer e manter essa obediência e essa segurança. Depois de conseguir isso por meio da brutal demonstração de seu poder de matar.
domingo, 15 de abril de 2012
Uma crítica à URSS - Segunda parte: a crítica sociopolítica
Mas Stálin consegue ir muito além. Intensificando tais dispositivos e criandos outros mais, ele leva essa “arte” a um nível antes desconhecido de desrespeito à legalidade e de descaso à dignidade humana. Muitos historiadores e filósofos concordam em chamar seu governo não apenas de ditatorial, mas de totalitário. De fato, como nota Hannah Arendt (1989), “Stálin transformou a ditadura unipartidária russa em regime totalitário” através da “liquidação das facções divergentes, [e] a abolição da democracia interna”.
Buscarei, portanto, descrever o Estado totalitário stalinista, expondo sua forma de agir político e seu impacto sobre a sociedade soviética. Esse agir político está, de fato, intimamente ligado aos horrores cometidos por Stálin – horrores que, por si só, servem fundamentalmente como argumentos contrários à URSS stalinista; horrores que ideal humano algum, em circustância alguma, jamais seria capaz de verdadeiramente legitimar.
2.1. O totalitarismo stalinista:
O totalitarismo é caracterizado por um Estado autoritário que desconhece limites ao alcance e à profundidade de seu poder político, buscando o controle sobre basicamente todos os aspectos da vida pública e privada. A filósofa política Hannah Arendt (1989) reconhece dois governos como totalitários: o da Alemanha de Hitler e o da União Soviética de Stálin. Há quem também cite o governo de Mussolini, na Itália, e o de Mao Tse-Tung, na China.
Arendt expõe diversas características do totalitarismo, presentes tanto em Hitler quanto em Stálin: unipartidarismo (um partido de massa); burocratização do aparelho estatal; centralização do poder no núcleo dirigente do Partido; repressão política e ideológica; uso do terror; presença de polícia secreta; censura à liberdade de expressão e de imprensa; patriotismo exarcebado; expansionismo; militarização da sociedade civil; culto à personalidade do líder de Estado; propaganda e doutrinação estatal.
Ademais, como características próprias do totalitarismo stalinista, é possível citar: a perseguição e supressão religiosa; a coletivização obrigatória dos meios de produção; a abolição da propriedade privada; a crença em leis do desenvolvimento histórico.
A seguir, algumas das principais características do regime totalitário de Stálin serão abordadas mais detalhadamente – em especial, a propaganda e o terror, e tudo mais que a eles se relaciona.
2.2. A propaganda:
Sistematicamente, os governos totalitários, entre outras medidas, adotaram a censura; aboliram a oposição política e demais direitos políticos e procedimentos democráticos; estatizaram os meios de comunicação; baniram direitos tais como a liberdade de consciência, de expressão e de associação. Dessa forma, garantiram para si o total controle da informação em geral, podendo se valer de um complexo mecanismo de propaganda para conquistar e estabilizar as massas – para, então, doutriná-las.
A propaganda totalitária, com o intuito de manter uma aparente coerência entre seu belo discurso político e a terrível realidade, se esforça por criar uma ficção de dimensões nacionais. Para tanto, seus métodos iam desde a manipulação de dados oficiais, passando pela supressão de determinados fatos históricos, até assassinatos. Hannah Arendt (1989) nos dá um entre tantos exemplos: “[...] quando Stálin decidiu reescrever a história da Revolução Russa, a propaganda da sua nova versão consistiu em destruir, juntamente com os livros e documentos, os seus autores e leitores: a publicação, em 1938, da nova história oficial do Partido Comunista assinalou o fim do superexpurgo que havia dizimado toda uma geração de intelectuais soviéticos”. Enfim, qualquer fato, qualquer prova que desmentisse a fantasiosa versão oficial era prontamente eliminada: tudo pela “coerência”.
Contudo, o que melhor caracteriza a propaganda totalitária é o uso de ameaças veladas e insinuações indiretas, as quais sutilmente reforçavam o clima de terror psicológico – ideal para dominar os indivíduos não apenas externamente, mas também internamente. Frequentemente, a propaganda atuava de forma a deixar implícito que todos que ousassem não lhe dar ouvidos teriam um mau destino – perpetrado, segundo a propaganda, não pelas mãos do próprio Partido, mas pelas “forças da História”.
Um detalhe importantíssimo desse pseudocientificismo ideológico é que ele se estrutura de modo a sempre apontar para uma suposta infalibilidade do líder totalitário. Trotsky (apud ARENDT) deixa clara essa característica em sua fala: “Só podemos ter razão com o Partido e através dele, pois a história não nos concede outro meio de termos razão”. Para legitimar essa infalibilidade, essa onisciência fantasiosa, lança-se mão de uma nítida falácia argumentativa: afirma-se que só o futuro revelará os méritos concretos da ideologia, tornando-a independente de verificação no presente. Posteriormente, o líder totalitário arbitrariamente faz com que suas predições se tornem verdadeiras, e assim a “profecia” se torna uma espécie de álibi retrospectivo: o que se sucedeu foi apenas o que havia sido predito. Exemplo disso é o discurso de Stálin perante o Comitê Central do Partido Comunista em 1930, citado por Arendt (1989): ele afirma que certas “classes agonizantes” hão de ser eliminadas durante o processo histórico – não por acaso, justamente as classes que Stálin pretendia exterminar, tais como os seus dissidentes no partido.
Atuando nesse sentido, a propaganda ajuda a construir o culto à personalidade do líder. É a consolidação daquilo que o sociólogo Max Weber (1982) chamou de dominação carismática: as massas irracionalmente seguem, com fé quase que religiosa, um líder aparentemente dotado de qualidades pessoais virtuosas e superiores - projetadas pela propaganda. Não à toa, há na tradição bolchevista elementos ritualísticos com forte apelo à idolatria: desde uma infinidade de quadros e estátuas de Stálin, Lênin e outros “ídolos revolucionários”, até o próprio Mausoléu de Lênin, onde até hoje fica exposto seu corpo preservado.
Obviamente, como já foi notado, era necessário criar uma ficção de proporções inimagináveis, uma realidade paralela, a fim de tornar plausíveis as mentiras ditas pela propaganda acerca de Stálin, de seu governo, de sua sociedade – enfim, de toda a História: passado, presente e futuro. Exemplos disso não faltam.
Em diversos outros casos, vê-se a manipulação dos dados. Arendt (1989) explica que, conforme demonstram os mesmos Arquivos de Smolensk, os dados estatísticos e econômicos de todos os distritos da União Soviética eram falsos, inventados pelo governo; de fato, os distritos “recebiam os seus dados estatísticos oficiais como recebiam as normas, não menos fictícias, que lhes eram destinadas pelos Planos Quinquenais” (idem).
Contudo, as mais famosas manipulações de dados na URSS provavelmente são as manipulações fotográficas. Às vezes, as manipulações buscavam enaltecer o líder, como tática do culto à personalidade. Porém, na maioria das vezes, seu objetivo era literalmente apagar da História oficial – e, com o tempo, da própria memória social – certos indivíduos (normalmente, aqueles que eram considerados traidores e acabavam sendo assassinados). Alguns exemplos são Trotsky, Yezhov e Kamenev, entre outros tantos.
A cruel atenção que Stálin dava aos detalhes e à (falsa) coerência fazia com que fosse necessário – e possível – eliminar não apenas os ideais e os corpos de seus inimigos, mas também qualquer indício de sua própria existência na Terra. Portanto, a queima de arquivos era, afinal, tripla: destruíam-se os documentos, distorciam-se os fatos e matavam-se os indivíduos – na ordem que fosse mais conveniente para a preservação do poder do líder e do Partido.
2.3. O terror:
É nesse contexto que atua o terror. Diferentemente do que se costuma pensar, sua principal função não é suprimir a oposição, embora também seja utilizado para isso. Inclusive, aliás, o terror cresceu na razão inversa da existência de oposição política interna, “demonstrando que a oposição política, ao invés de fornecer o pretexto do terror, foi o último impedimento para que este alcançasse a fúria total” (ARENDT).
Tendo o terror uma posição central no totalitarismo, não é mero acaso o fato de o principal órgão dos governos totalitários ser a polícia secreta. A URSS possuiu diversas polícias secretas, como a Tcheka, a NKVD e a KBG. Muitas vezes, a polícia secreta atuava sem mandato judicial, e era permitido a ela o uso de “meios físicos de persuasão”, isto é, a tortura. Sendo por vezes denominadas como “um Estado dentro do Estado”, a polícia secreta totalitária estava sujeita apenas aos desejos do líder. Sua principal função “não é descobrir crimes, mas estar disponível quando o governo decide aprisionar ou liquidar certa categoria da população” (idem). Era, afinal, o carrasco próprio dos governos totalitários.
Dentro da lógica do terror é introduzida a noção de inimigo objetivo, em substituição ao inimigo suspeito. O inimigo objetivo “é definido pela política do governo, e não por demonstrar o desejo de derrubar o sistema” (idem). São, portanto, definidos segundo as circunstâncias e os desejos particulares dos líderes. Como aponta Arendt (1989), “os bolchevistas, tendo começado com os descendentes das antigas classes governamentais, dirigiram todo o seu terror contra os kulaks (no começo da década de 30), que por sua vez foram seguidos pelos russos de origem polonesa (entre 1936 e 1938), os tártaros e os alemães do Volga (durante a Segunda Guerra), os antigos prisioneiros de guerra e unidades das forças de ocupação do Exército Vermelho (depois da guerra), e finalmente a população judaica tachada de cosmopolita (depois do estabelecimento de um Estado judaico)”.
Mais interessante ainda para o terror, porém, é a substituição da noção de ofensa presumível pela de crime possível. Assim como a noção de inimigo objetivo, essa noção também é altamente subjetiva. O indivíduo já não é preso porque presume-se que ele é capaz de cometer um crime; ele é preso a partir de uma fantasiosa previsão lógica de supostos fatos objetivos. Exemplos clássicos são os Julgamentos de Moscou, cujas acusações baseavam-se “numa previsão grotescamente brutalizada e distorcida de possíveis acontecimentos” (DEUTSCHER apud ARENDT) dos quais, porém, não existia prova factual alguma. Stálin eliminou, assim, basicamente toda a aristocracia administrativa e militar da sociedade soviética.
É válido, aliás, apontar que todos esses crimes eram encobertos, ou então legitimados, através do esforço constante da propaganda e da doutrinação. Assim, por um lado, a polícia secreta é encoberta pela propaganda; e, por outro, a ficção propagandística se torna uma realidade imposta pelas mãos da polícia secreta.
Um fato curioso e perturbador é a forma como o totalitarismo stalinista tratava a questão constitucional. Em 1936, chegou a ser promulgada uma nova constituição – “um véu de frases e preceitos liberais encobrindo a guilhotina escondida no fundo”, segundo Deutscher (apud ARENDT). No entanto, “nenhum parágrafo dessa constituição jamais teve o menor significado prático na vida ou na jurisdição russa” (ARENDT); pelo contrário, ela – embora não tenha sido abolida – foi desde o início ignorada e desrespeitada pelo próprio Estado, tendo coincidido inclusive com o começo do Grande Expurgo. A única função dessa constituição, portanto, era manter a fachada do governo fantasma russo, que à época já havia perdido todas as suas funções efetivas. Quanto a esse assunto, aliás, Stálin “pôde dar-se ao luxo de mais um absurdo: com a exceção de Vishinski, todos os autores da Constituição [...] foram executados como traidores” (idem).
Agora, falarei resumidamente de alguns dos mais conhecidos casos de uso do terror na URSS stalinista. Primeiramente, pode-se falar da da coletivização forçada realizada durante o primeiro Plano Quinquenal – processo no qual, durante 1929 e 1931, as pequenas e médias propriedades privadas foram expropriadas, revertendo os tímidos avanços que a NEP de Lênin havia trazido. Os proprietários, muitas vezes desesperados, destruíam ou escondiam suas posses; foi necessária o uso de força militar para levar adiante a coletivização. Algumas de suas consequências foram as grandes transferências populacionais (muitas vezes forçadas, aliás), bem como o início de um crônico problema agrícola na URSS – que inclusive levou a uma terrível fome em 1932-33, cujos dados, propositalmente suprimidos da historiografia soviética oficial, só chegaram a público após a perestroika e a glasnost.
O Gulag era o sistema de trabalhos forçados implantado na URSS de
O Holodomor foi a fome artificial, de caráter genocidário, que devastou a Ucrânia em 1932 e 1933. Foi um crime que visava a limpeza étnica, buscando atingir especialmente os ucranianos. A fome – que, de fato, atingiu também outros países da URSS – foi arbitrária e intencionalmente consumada na Ucrânia através de mecanismos repressivos tais como intervenções sobre o comércio, proibição de importações, bloqueio sobre o fornecimento de alimentos, impedimento da migração, entre outras medidas. Estimam-se em 3,5 milhões as mortes decorrentes do Holodomor; e em 7 milhões as mortes decorrentes da fome de 1932-33 em geral.
Vítimas do Holodomor; Ucrânia, 1933.
O Grande Expurgo foi um processo de perseguição e repressão política ocorrido entre 1934 e 1939, especialmente a partir de 1937. Com a paranoica intenção de eliminar os “inimigos do povo”, Stálin ordenou a expulsão, prisão e, por vezes, execução de cerca de dois terços dos membros do Partido Comunista da URSS bem como boa parte do Exército soviético, além de inúmeros civis. Entre os membros do Comitê Central em 1924, só três sobreviveram: o próprio Stálin e seus aliados Molotov e Kalinin. Diante dessa situação, afirmava Stálin (apud ARENDT): “A qualidade inalienável de cada bolchevista nas condições atuais deve ser a capacidade de reconhecer um inimigo do Partido, não importa como ele se disfarce”. Uma vez que toda e qualquer pessoa podia ser um “inimigo do povo”, não havendo critérios objetivos para defini-los, e uma vez que também seriam assim considerados aqueles que não cumprissem o dever de delatá-los, iniciou-se uma cadeia de denúncias mútuas que apenas serviu para alimentar o terror. O número total de vítimas do Grande Expurgo é estimado em cerca de 1,6 milhão.
Uma lista de 1937 referente ao Grande Expurgo, assinada pelo próprio Stálin, entre outros.
Há muitos outros casos particulares nos quais foi utilizado o terror; os casos acima citados são apenas os mais conhecidos (para mais detalhes, ver COURTOIS et al). É válido ter em mente que todos os números e estatísticas referentes à URSS, especialmente ao período stalinista, devem ser encarados com incerteza: os dados são poucos, contraditórios e distorcidos. Porém, não se põe em dúvida que o governo totalitário de Stálin, através do terror, matou milhões e prendeu ainda mais. As mortes atribuídas a Stálin são estimadas, normalmente, entre 20 e 35 milhões no total – entre vítimas da fome e da repressão que durante essa época assolaram como uma epidemia a União Soviética. Mesmo as estimativas mais modestas apresentam números absurdamente altos. Diante desses tão perturbadores fatos, é muito importante que nos perguntemos se os fins realmente justificam os meios – e, ademais, se esses fins realmente são, afinal, o que parecem ser. Tomar consciência das respostas a essas perguntas talvez seja a única forma de evitar que absurdos semelhantes à URSS stalinista venham a se repetir futuramente, e que seus erros mais uma vez assolem a humanidade.
2.4. Referências bibliográficas:
terça-feira, 3 de abril de 2012
Quem foi Lênin?
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Uma crítica à URSS - Primeira parte: a crítica filosófica.
BUCKINGHAM, Will et al. O livro da filosofia. Tradução de Rosemarie Zielgemaier. São Paulo: Globo Editora, 2011.
KANT, Immanuel. Fundamentos da metafísica dos costumes. Tradução de Lourival de Queiroz Henkel. Rio de Janeiro: Brasil Editora, 1967.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto comunista. Tradução de Álvaro Pina. São Paulo: Boitempo Editorial, 1998.
MORENO, Nahuel. A moral e a atividade revolucionária. Disponível em: < http://www.marx ists.org/portugues/moreno/1969/moral/cap01.htm>. Acesso em: 01/04/2012.
ORWELL, George. A revolução dos bichos. Tradução de Heitor Aquino Ferreira. São Paulo: Globo Editora, 2003.
POPPER, Karl. A miséria do historicismo. Tradução de Octany S. da Mota e Leonidas Hegenberg. São Paulo: EDUSP, 1980.
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